Descubra como o primeiro contato com sua criança interior pode transformar seus relacionamentos, emoções e autoconceito. Um passo essencial para o autoconhecimento.

Mesmo sendo adultos, muitos de nós carregamos uma parte ferida, sensível e invisível: a nossa criança interior. É ela que chora silenciosamente quando nos sentimos rejeitados, desvalorizados ou ignorados. É essa parte que reage com raiva, tristeza ou isolamento diante de situações que, racionalmente, parecem simples mas que emocionalmente são gatilhos profundos.

Acolher essa criança é mais do que um exercício espiritual ou emocional. É um passo essencial de cura interior, libertação de padrões repetitivos e construção de relacionamentos mais conscientes.

Neste post, você vai:

  • Entender o que é a criança interior e como ela se manifesta.
  • Reconhecer os sinais de que ela está ferida.
  • Aprender com o exemplo real de Miguel e Selma, do livro Acolhendo Sua Criança Interior.
  • Descobrir como iniciar um contato amoroso com essa parte esquecida de você.

O que é a Criança Interior? E por que ela ainda vive em você?

A criança interior é a parte emocional e simbólica da nossa psique que representa as experiências, crenças e emoções formadas durante a infância. Mesmo que você não se lembre de tudo que viveu, seu corpo emocional lembra.

Essa parte interna se manifesta em momentos de:

  • Vulnerabilidade extrema
  • Necessidade de aprovação
  • Medo de rejeição
  • Desejo de ser visto, ouvido e amado

Quando ignoramos essa criança, ela passa a controlar nossas emoções a partir do inconsciente, nos colocando em reações impulsivas, carências constantes ou autossabotagem.


Sinais de que sua criança interior está ferida

Você pode não perceber, mas sua criança interior se manifesta nas pequenas coisas do dia a dia:

  • Reações exageradas a críticas ou rejeições
  • Medo constante de não ser suficiente
  • Raiva desproporcional em discussões simples
  • Carência extrema ou apego emocional
  • Sensação frequente de não ser compreendida
  • Comportamentos de fuga (vícios, isolamento, compulsões)

Caso real: A história de Miguel e Selma quando o refrigerante revela o passado

No livro Acolhendo Sua Criança Interior, a psicoterapeuta Stefanie Stahl compartilha a história de Miguel e Selma, um casal que vivia em constante tensão por motivos aparentemente banais.

Um episódio marcante foi quando Selma esqueceu de comprar o refrigerante favorito de Miguel.

O que parecia um simples esquecimento gerou uma reação intensa: Miguel ficou frio, irritado e hostil. A situação rapidamente evoluiu para uma briga. Mas o problema não era o refrigerante em si.

Miguel cresceu sentindo que seus desejos nunca eram levados a sério pela mãe.
Cada vez que expressava vontades, era ignorado, diminuído ou desacreditado.
Isso gerou uma ferida emocional profunda: a sensação de não ter valor e não ser respeitado.

O esquecimento de Selma reativou essa ferida inconsciente, e a criança interior de Miguel reagiu como fazia na infância: com raiva e fechamento. Ele sentiu-se, mais uma vez, insignificante.


Mas e Selma? A outra criança ferida no relacionamento

A reação explosiva de Miguel também ativou uma ferida antiga em Selma.

Selma foi criada em um ambiente onde precisava agradar, não errar, estar sempre atenta para evitar a raiva dos adultos.
Sempre que alguém se irritava com ela, sua criança interior assumia a culpa e tentava “consertar” a situação, mesmo que não fosse sua responsabilidade.

Quando Miguel reagiu com hostilidade, Selma se sentiu rejeitada, culpada e insegura. Tentou se justificar, agradar ou evitar o confronto enquanto por dentro revivia o medo de ser abandonada por “falhar”.

E assim, dois adultos feridos reagiam um ao outro como crianças desamparadas, presos em um ciclo emocional:

  • Miguel exigia atenção como quem implora por validação.
  • Selma se encolhia como quem implora por aceitação.

Conclusão:
Não era só sobre refrigerante. Era sobre duas crianças internas gritando para serem vistas, ouvidas e amadas — sem saber como pedir isso sem dor.


Como iniciar o acolhimento da sua criança interior

Reconectar-se com essa parte de você pode ser uma das experiências mais profundas e transformadoras da sua vida. Mas é preciso começar com segurança e carinho.

Passo a passo inicial para o primeiro contato:

1. Silêncio e escuta interna

Reserve 5 minutos em um lugar tranquilo. Feche os olhos, respire profundamente e pergunte com o coração:

“Onde está a minha criança interior?”
“O que você quer me mostrar hoje?”

2. Escreva uma carta para ela

Pegue papel e caneta e escreva para essa criança como se ela estivesse na sua frente. Fale com amor, curiosidade e sem julgamento. Deixe vir o que surgir.

3. Visualização consciente

Imagine um encontro simbólico com sua criança num lugar seguro (um jardim, uma praia, seu quarto de infância). Veja-a chegando. O que ela diz? Como ela se sente? Abrace-a. Prometa estar ali por ela.

4. Observe suas reações no dia a dia

Comece a identificar momentos em que você:

  • Se sente rejeitada(o) por pouco
  • Tem vontade de chorar sem motivo
  • Se afasta para não se magoar

Essas são pistas de que sua criança está ativa.


Cuidados nesse processo

A jornada com a criança interior pode despertar emoções intensas. É importante:

  • Fazer esse contato em momentos de equilíbrio emocional
  • Não forçar a conexão — ela acontece com o tempo
  • Ter apoio terapêutico ou espiritual, se necessário
  • Evitar usar o processo como autopunição ou julgamento

Lembre-se: sua criança não quer ser corrigida , ela quer ser acolhida.


Conclusão: Acolher é integrar, e integrar é libertar

A história de Miguel e Selma é um espelho poderoso da realidade de muitos relacionamentos. Mostra como as nossas dores não resolvidas influenciam a forma como amamos, reagimos e nos relacionamos.

Acolher sua criança interior é o primeiro passo para viver com mais liberdade emocional, autenticidade e paz interna. É dar voz àquela parte sua que só queria ser vista e amada e que, finalmente, pode parar de gritar.


Dica prática para hoje:

Tire 10 minutos. Sente-se em silêncio. Respire fundo. E pergunte:

“Querida criança, o que você está precisando agora?”

Escreva o que vier. Guarde com carinho. Esse é o início da cura.


Comente aqui:
Você já se viu em alguma situação parecida com a de Miguel ou Selma?
Qual ferida você reconhece em si?

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Siga-nos

Postagens recentes

Review Your Cart
0
Add Coupon Code
Subtotal